domingo, 30 de março de 2014

Últimas Décadas: 60 e 70

    Em 1965, foi submetida a uma cirurgia de coluna que a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas. Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
    A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.


              Foto de Tarsila do Amaral - Oficial.

                Tarsila e sua filha Dulce, que foi estudar em Londres. A bordo do Navio 

sábado, 29 de março de 2014

A musa ausente!

A morte de Tarsila do Amaral. Jornal do Brasil, quinta-feira, 18 de janeiro de 1973.

17 de Janeiro de 1973

    
    Tarsila do Amaral, definida ainda hoje da seguinte forma: "Mais que principal artista dos anos vinte, Tarsila foi a musa inspiradora dos modernistas e de Oswald de Andrade em particular, a pintora que frequentou em Paris costureiros como Poiret.
    "Nos últimos anos, Tarsila já não andava e suas mãos tinham pouca agilidade com os pincéis. Mesmo assim, guardava como uma secreta relíquia a recordação de que fora uma mulher bonita, "musa ausente" da Semana de Arte Moderna de 1922 e inspiradora, com seu quadro Abaporu, do movimento antropofágico. De sua vida, que terminou num quarto de hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Tarsila fez uma grande festa, cujos convidados de honra foram sempre artistas plásticos, literatos e músicos. Pelos grandes salões por onde circulou (seja na companhia de inquietos artistas de Paris ou jovens rebeldes da ainda provinciana São Paulo), Tarsila deixou a marca de seu tempo. Um tempo menos urgente e agressivo". Jornal do Brasil
    Segundo o poeta Paulo Bonfim, a morte de Tarsila não era sua partida, mas sua chegada ao futuro. E para quem acompanhou a sua trajetória ou teve a oportunidade de conhecer mais sobre ela, entendeu a definição.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A ARTE DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX : MODERNISMO

    O inicio do século XX ampliou as conquistas técnicas e o desenvolvimento industrial do século anterior, mas foi marcado também por vários conflitos políticos: a primeira guerra mundial, a revolução russa, a formação do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha.
    Na primeira metade do século ocorreu ainda a segunda guerra mundial. Na sociedade acentuaram-se as diferenças entre as classes mais ricas e mais pobres. Foi nesse contesto histórico que se desenvolveu a arte da primeira metade do século XX. Na pintura desenvolveram-se tendências artísticas, como o expressionismo fauvismo, o cubismo, o abstracionismo, o surrealismo e o futurismo. Cada qual a seu modo elas expressaram as aflições e as esperanças da época.
  

   O expressionismo: teve origem ente 1904 e 1905 na Alemanha, com um grupo chamado Dies Bruck. Desenvolve-se como uma reação ao impressionismo: enquanto este se interessava pelas sensações provocadas pela luz, o expressionismo procurava retratar as inquietações do ser humano do inicio do século XX. Movimento expressionista inspirou-se no pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). Sua obra “o grito”, por exemplo, representa um dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência.
  
  O fauvismo: caracterizou-se pela simplificação das formas e pelo emprego das cores puras. As figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas de modo realista: são puras, tal como saem do tubo de tinta; o pintor não as suaviza nem cria a gradação de tons. Os pintores fauvistas, Henri Matisse (1869-1954), foi sem duvida, o mais expressivo. Destacou-se pela despreocupação com o realismo tanto nas formas quanto nas cores.

    O cubismo: trata das formas imutáveis da, como cones, esferas, e cilindros, representa os objetos como se estivessem abertos, com todos os seus lados no plano frontal em relação ao observador. Essa decomposição dos objetos significou o abandono da intenção de representa-los em três dimensões- altura, largura e profundidade.
    Com o tempo o cubismo evoluiu de formas diferentes até chegar a um ponto em que se tornou impossível de reconhecer qualquer figura retratada. Essa tendência está presente, por exemplo, em obras produzidas ente 1908 e 1911 por Pablo Picasso e Georges Braque.

    A pintura abstrata: caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as cores reais. Assim, uma tela abstrata não representa a realidade que no cerca, nem narra com imagens uma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica.
   Em pouco tempo o abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como abstracionismo geométrico, pela organização geométrica das formas e das cores.

   O surrealismo: foi um movimento da literatura e das artes plásticas que começou na França em 1924 sob a liderança do escritor André Breton. Para os surrealistas, a obra de ate s não resulta de pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é, isso sim resultado de pensamentos absurdos e lógicos, como as imagens dos sonhos. Mesmo quando a obra surrealista representa aspectos da realidade eles estão associados a elementos inexistentes da natureza, criando conjuntos irreais.


   O Futurismo: Como o nome sugere os futuristas valorizavam o futuro. E mais, a velocidade, que na época começavam a fazer parte do cotidiano irá ser admirada graças ao emprego das máquinas nas industrias e aos primeiras automóveis que começavam a circular. Na visão dos futuristas, os demais artistas deixavam de lado o aspecto mais evidente dos novos tempos: o movimento veloz das máquinas muito superior do movimento natural. Como os futuristas procuravam a expressão do próprio movimento usavam linhas retas e curvas e cores que sugeriam velocidade.


Artistas Modernistas no Brasil:

    Anita Malfatti: nasceu em são Paulo e ai realizou seus primeiros estudos de pintura, teve grande importância nos fatos que antecederam o Movimento Modernista de 1922. Em 1912 foi para Alemanha, onde frequentou a academia de Belas-Artes de Berlim. EM 1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou a publicação de um artigo com severas criticas por parte do escritor Monteiro Lobato.
Com as criticas desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas uniram-se a ala em busca de uma arte brasileira livre das regras impostas pelo academicismo. A grande importância de Malfatti deve-se que ao ser criticada, chamou a atenção dos artistas inovadores e revelou que sua arte apontava novos caminhos, principalmente no uso da cor.

    Di Cavalcante: chamado Emiliano Augusto Cavalcante de Albuquerque melo, viveu na Europa e conheceu os artistas mais notáveis da época. Na década de 1940 sua arte, já amadurecida, conquistou espaço definitivo na pintura brasileira. O trabalho de Di Cavalcante foi influenciado por diversos pintores, como Picasso, Gauguin, Matisse e Braque, mas ele transformou essa influencia em um produto muito pessoal, associado aos temas nacionais. 

    Vicente do Rego Monteiro: nasceu em Recife e aos 12 anos, foi estudar pintura na Europa. Aos 14, já participava do Salão dos independentes, em Paris. Voltou ao Brasil em 1917 e participou da semana de 1922. Depois de sua inda alternou-se entre a França e o Brasil. Na França recebeu criticas favoráveis e teve obras adquiridas por importantes museus.
     
    Manuel Bandeira: Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, professor, poeta, cronista, crítico e historiador literário, nasceu em Recife, PE, em 19 de abril de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de outubro de 1968. O escritor era filho de um engenheiro civil do Ministério da Viação e por isso acabou se mudando para a cidade do Rio de Janeiro com a família. Foi na capital carioca que Manuel estudou no Colégio Pedro II e se interessou pelas matérias de ênfase Humana. No ano de 1904 ele termina o curso de Humanidades e segue em direção a São Paulo, onde inicia um curso de arquitetura, mas necessita parar devido à tuberculose que o atormentou naquela época. Usa o verso livre com grande maestria numa obra poética que fala de amor, de morte e de episódios singelos do cotidiano, tratados com humor, amargura e ironia. Firma-se como pioneiro do modernismo com Carnaval (1919) e participa da Semana de Arte Moderna de 1922.

    Oswald de Andrade: José Oswald Nogueira de Andrade, nascido em São Paulo e filho de uma rica família, frequentou a Escola Modelo Caetano de Campos, o Ginásio Nossa Senhora do Carmo e o Colégio de São Bento, o qual se formou em humanidades em 1908, ano em que conheceu o poeta Guilherme de Almeida. Sua obra foi a única que englobou todas as características modernistas, pois ele conseguiu com sua arte, transgredir, polemizar, quebrar parâmetros preestabelecidos por outros movimentos literários. Foi autor também de poesias, peças teatrais e crítico literário. Em 1922, ano em que eclodiu a Semana de Arte Moderna, estreou com o romance “Os Condenados”, época também em que se casou com Tarsila do Amaral.




quinta-feira, 27 de março de 2014

Curiosidades de Tarsila!

-Em 1922, Tarsila do Amaral  juntou-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, formando o "Grupo dos Cinco", que lançou a Semana de Arte Moderna. O grupo era descrito por Tarsila como "bando de doidos em disparada por toda parte no Cadillac verde de Oswald". Ainda segundo ela, o principal motivo da compra de um Cadillac por Oswald foi a presença de um cinzeiro dentro do carro, item raro em outros modelos.
-A primeira exposição individual de Tarsila do Amaral aconteceu em 1926, em Paris. A artista exibiu 17 telas na galeria Percier, a maior parte delas da sua fase "pau-brasil", inspiradas por uma viagem feita ao interior de Minas Gerais.
-Em 1929, a artista expôs 35 quadros no Palace Hotel, no Rio de Janeiro. Foi a primeira exposição de Tarsila do Amaral no Brasil.
-Considerada a pintora mais representativa da primeira fase do Modernismo no Brasil, Tarsila recebeu o Prêmio de Pintura Nacional na I Bienal de São Paulo, em 1951.
-Tarsila do Amaral fez a obra para dar de presente de aniversário a Oswald de Andrade, que na época era seu marido. Juntos decidiram batizá-la com a palavra tupi-guarani cujo significado é "homem que come". O nome inspirou o escritor a redigir o Manifesto Antropofágico, em que propunha a "deglutição" da cultura europeia e sua reformulação com toques nacionais.
-Tarsila foi casada duas vezes. Com André Teixeira Pinto, teve sua única filha, Dulce. Em 1926, ela trocou alianças com Oswald de Andrade. A relação durou 4 anos. A pintora se separou do escritor ao descobrir que ele estava tendo um caso com uma estudante chamada Pagu.
-No filme "Eternamente Pagu" (1988), Tarsila do Amaral foi interpretada pela atriz Esther Goés. Eliane Giardini encarnou a pintora nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006).

quarta-feira, 26 de março de 2014

Telas com interpretação poética

Obra: A Lua
Lá fora o luar continua,

e o trem divide o Brasil
como um meridiano.
-Oswald de Andrade


Obra: Abaporu
Tupy or not tupy, that is the question

-Oswald de Andrade

Obra: Auto-retrato ou Manteau Rouge 
Moça Linda Bem Tratada:
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.

Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.


Mulher gordaça, filó,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência...


Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:
Uma bomba.
-Mário de Andrade

terça-feira, 25 de março de 2014

Características das Vanguardas

   
     Arte cubista: Esta arte teve uma grande influência de Cézane. Um objeto pode estar parado ou em movimento dependendo da perspectiva em que está desenhado.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas.
Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
* geometrização das formas e volumes;
* renúncia à perspectiva;
* o claro-escuro perde sua função;
* representação do volume colorido sobre superfícies planas;
* sensação de pintura escultórica;
* cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.

                                               Les Demoiselles d'Avignon, Pablo Picasso.
          

    Expressionismo: As características do expressionismo são: o distanciamento da figuratividade; a ilusão da tridimensionalidade; o resgate das obras primitivas e a utilização de cores e traços fortes. Como o interesse do movimento é projetar uma reflexão subjetiva, é comum o retrato de seres humanos solitários e sofredores, onde a intenção é de captar estados mentais, que podem ser vistos em vários quadros de personagens deformados, como o ser humano desesperado sobre uma ponte de O Grito, do norueguês Edvard Munch, um dos representantes do movimento.

 O principal precursor do movimento foi o pintor holandês Vicent van Gogh, que empenhou em recriar a beleza do ser humano e da natureza por meio da cor, que para ele consistia no elemento essencial da pintura. O movimento recebeu o nome de expressionismo no ano de 1991.

                                                            Vicent Van Gogh, O Grito.
        

    Surrealismo: Foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. O surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento.

As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.


            A tentação de Santo Antônio, Salvador Dalí. 
         

Futurismo: Como o próprio nome já diz, o Futurismo é a vanguarda européia com temática futurista, como a exaltação da tecnologia, da máquina, da indústria em geral.-Os manifestos traziam rompimento com a norma culta, com a gramática tradicional e apresentava versos livres e linguagem sem apego a normas.-As idéias futuristas chegaram ao Brasil através do escritor Oswald de Andrade em sua viagem à Europa. Contudo, Andrade teve contato com o Futurismo antes da adesão de Marinetti, principal divulgador dessa vanguarda, à ideologia fascista. Oswald é, portanto, o escritor responsável pela introdução do ideário futurista no Brasil, porém, com uma denotação mais suave do que o original europeu 
Higiene do mundo
movimento
Poesia   
*substantivos
* Frases nominais
*Caótica
*Sem pontuação

 
                                                               Filippo  Marinette

    Dadaismo: 
O Dadaísmo surge em meio à guerra, em 1916, do encontro de um grupo de refugiados (escritores e artistas plásticos) com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época.
    Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das conseqüências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial: o sentimento de revolta, de agressividade, de indignação, de instabilidade. 
    A literatura tem como características: a agressividade verbalizada, a desordem das palavras, a incoerência, a banalização da rima, da lógica, do raciocínio. Faz uso do nonsense, ou seja, da falta de sentido da linguagem, as palavras são dispostas conforme surgem no pensamento, a fim de ridicularizar o tradicionalismo.
*Improviso 








segunda-feira, 24 de março de 2014

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira foi o mais lírico dos poetas brasileiros. A temática cotidiana e a melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeou toda sua obra. Soube, como nenhum outro poeta, contrapor o provincianismo modernista com o universalismo da poesia. Divide com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto o título de maior poeta brasileiro pós-1940.

Alguns de seus poemas: 


Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.


Cartas de Meu Avô

A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente…
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.

E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
Cartas de antes do noivado…
Cartas de amor que começa,
Inquieto, maravilhado,
E sem saber o que peça.
Temendo a cada momento
Ofendê-la, desgostá-la,
Quer ler em seu pensamento
E balbucia, não fala…
A mão pálida tremia
Contando o seu grande bem.
Mas, como o dele, batia
Dela o coração também.


O Último Poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

O Anel de Vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Curiosidades!

1- "Abaporu" foi o quadro brasileiro de maior valor vendido até hoje. Seu preço alcançou US$1.500.000, e foi comprado pelo banqueiro argentino Eduardo Costantini.

2- Tarsila anulou seu casamento com o primeiro marido em 1925 para casar-se com Oswald de Andrade em 1926. O então presidente eleito Washington Luís foi o padrinho de Oswald e Júlio Prestes (na época governador do Estado de São Paulo) o padrinho de Tarsila.

3- Depois de 1929, com a crise do café no Brasil, o pai de Tarsila perdeu grande parte de sua fortuna e ela trabalhou como colunista nos Diários Associados de seu amigo Assis Chateaubriand.

4- Tarsila gostava muito de anotar novas receitas detalhadamente, porém nunca chegava a fazê-las. - A tela "O Pescador" foi vendida ao governo russo durante sua estada por lá em 1931. O dinheiro obtido teve de ser gasto no próprio país, uma vez que não podia ser convertido em outra moeda.

5- Tarsila possuía um dos melhores acervos pessoais do Brasil com obras de Léger, Picasso, De Chirico, Delaunay, Modigliani, Gleizes, Lhote, Ingres e também dos brasileiros Almeida Junior, Anita Malfatti, Lasar Segall, entre outros.

6-
 Tarsila do Amaral costumava levar cachaça brasileira em suas viagens ao exterior. Ela enganava os funcionários da alfândega dizendo que era "álcool para passar na pele".

7- A pintora ficou presa durante um mês no Presídio do Paraíso, em São Paulo, durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Curiosidades!

Catálogo Raisonné de Tarsila

Foram catalogadas 2132 obras. O catálogo Raisonné representa uma catalogação geral da obra da pintora, e foi patrocinado pela Petrobrás e com parceria com o estado de São Paulo.
O livro foi lançado em 2008 e está à venda nas livrarias. O conteúdo está à disposição no Site WWW.base7.com.br/tarsila .

terça-feira, 18 de março de 2014

Obras de Tarsila do Amaral


-As principais características das obras de Tarsila eram o uso de cores vivas, tinha influência do cubismo, fazia abordagens de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil, ainda usava uma estética fora de padrão, que era influencia do surrealismo na fase antropofágica.

Sua história ficou marcada devido a grandiosidade e importância de seu conjunto artístico, onde à tornou uma das grande figura artística do Brasil de todos os tempos.a sua primeira obra foi o ‘’sagrado o coração de jesus’’.

Telas: 

“Minha força vem da lembrança da infância na fazenda, de correr e subir em árvores. E das histórias fantásticas que as empregadas negras me contavam.”
        Tarsila do Amaral

       
     Coração de Jesus (1926)

   A Lua (1928)- Este quadro era o preferido de Oswald de Andrade, seu marido quando pintou a tela. Ele conservou o quadro até sua morte (mesmo já separado de Tarsila).

    A Negra (1923)- Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand Léger. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos, dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A Negra temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da Antropofagia na pintura de Tarsila. Essa negra de seios grandes,fez parte da infância de Tarsila, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas-secas, espécies de babás que cuidavam das crianças.
                        
    Abaporu (1928)- Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro. O "Abaporu" foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançando o valor de US$1.500.000. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.
           
  Antropofagia (1929) - Nesta tela temos a junção do "Abaporu" com "A Negra". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de Tarsila e o colecionador Eduardo Costantini, dono do "Abaporu", está muito interessado no quadro e já ofereceu uma soma muito alta por ele (que foi recusada pelos atuais donos).

    Auto-retrato (1924)- Auto-retrato ou Manteau Rouge - Em Paris, Tarsila foi a um jantar em homenagem a Santos Dumont com esta maravilhosa capa (Manteau Rouge, em francês, significa casaco, manto vermelho). Além de linda, usava roupas muito elegantes e exóticas, e sua presença era marcante em todos os lugares que freqüentava. Depois desse jantar, pintou este maravilhoso auto-retrato.


    Chapéu Azul (1922)- Esta tela foi realizada depois de Tarsila frequentar o ateliê de Emile Renard. As telas dessa época possuem uma grande suavidade e uma atmosfera lírica.

    Cartão Posta

l (1928)- Vemos a lindíssima cidade do Rio de Janeiro nesta tela, que é o maior Cartão Postal do Brasil. O macaco é um bicho Antropofágico de Tarsila que compõe a tela.

                                             
                                           Pátio com Coração de Jesus (1921)

    O Lago (1928)- Maravilhosa tela da fase Antropofágica, com o colorido e o tema tão típicos de Tarsila. Seu sobrinho Sérgio comprou a tela e permaneceu com ela por muitos anos.

   O Pescador (1925)- Este quadro tem um colorido excepcional e trata de um tema bem brasileiro: um pescador num lago em meio a uma pequena vila com casinhas e vegetação típica. Este quadro foi exposto em Moscou, na Rússia em 1931 e foi comprado pelo governo russo.


                                                                 Operários (1933) -                                                                


  O Ovo ou Urutu (1928)Nesta tela temos símbolos muito importantes da Antropofagia. A cobra grande é um bicho que assusta e tem um poder de "deglutição". A partir daí, o ovo é uma gênese, o nascimento de algo novo e esta era a proposta da Antropofagia. Esta tela pertence ao importante acervo de Gilberto Chateaubriand e está sempre sendo exibida em grandes exposições.



   Religião Brasileira (1927)- Certa vez Tarsila chegou de viagem da Europa, desembarcou no porto de Santos e foi comprar doces caseiros em uma casinha bem simples de pescadores. Ao entrar observou um pequeno altar com vários santinhos, enfeitados por vasinhos e flores de papel crepom. Achou aquilo tão pitoresco e pintou esta maravilhosa tela.

 


 Dentre outras telas pintadas por Tarsila estão:

                                                        Vendedor de Frutas (1925)


     Caipirinha (1923)-


Paisagem com Touro (1925)


        A Família (1925)
 


 A Feira I (1924)   


 Morro da Favela (1924)



  A Cuca (1924)-Tarsila pintou este quadro no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo que estava fazendo uns quadros "bem brasileiros", e a descreveu como "um bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu, e outro bicho inventado". Este quadro é também considerado um prenúncio da Antropofagia na obra de Tarsila e foi doado por ela ao Museu de Grenoble na França.


Natureza-morta com relógios (1923)



 Estudo (Nú) (1923)


   Retrato de Oswald de Andrade (1923)


     Palmeiras (1925)


  Rio de Janeiro (1923)



  Romance (1925)



   São Paulo – Gazo (1924)



  São Paulo (1924)



  Manteau Rouge (1923)


“Eu invento tudo na minha pintura. E o que eu vi ou senti, eu estilizo.” 

     Tarsila do Amaral