sábado, 29 de março de 2014

A musa ausente!

A morte de Tarsila do Amaral. Jornal do Brasil, quinta-feira, 18 de janeiro de 1973.

17 de Janeiro de 1973

    
    Tarsila do Amaral, definida ainda hoje da seguinte forma: "Mais que principal artista dos anos vinte, Tarsila foi a musa inspiradora dos modernistas e de Oswald de Andrade em particular, a pintora que frequentou em Paris costureiros como Poiret.
    "Nos últimos anos, Tarsila já não andava e suas mãos tinham pouca agilidade com os pincéis. Mesmo assim, guardava como uma secreta relíquia a recordação de que fora uma mulher bonita, "musa ausente" da Semana de Arte Moderna de 1922 e inspiradora, com seu quadro Abaporu, do movimento antropofágico. De sua vida, que terminou num quarto de hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo - Tarsila fez uma grande festa, cujos convidados de honra foram sempre artistas plásticos, literatos e músicos. Pelos grandes salões por onde circulou (seja na companhia de inquietos artistas de Paris ou jovens rebeldes da ainda provinciana São Paulo), Tarsila deixou a marca de seu tempo. Um tempo menos urgente e agressivo". Jornal do Brasil
    Segundo o poeta Paulo Bonfim, a morte de Tarsila não era sua partida, mas sua chegada ao futuro. E para quem acompanhou a sua trajetória ou teve a oportunidade de conhecer mais sobre ela, entendeu a definição.