sexta-feira, 28 de março de 2014

A ARTE DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX : MODERNISMO

    O inicio do século XX ampliou as conquistas técnicas e o desenvolvimento industrial do século anterior, mas foi marcado também por vários conflitos políticos: a primeira guerra mundial, a revolução russa, a formação do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha.
    Na primeira metade do século ocorreu ainda a segunda guerra mundial. Na sociedade acentuaram-se as diferenças entre as classes mais ricas e mais pobres. Foi nesse contesto histórico que se desenvolveu a arte da primeira metade do século XX. Na pintura desenvolveram-se tendências artísticas, como o expressionismo fauvismo, o cubismo, o abstracionismo, o surrealismo e o futurismo. Cada qual a seu modo elas expressaram as aflições e as esperanças da época.
  

   O expressionismo: teve origem ente 1904 e 1905 na Alemanha, com um grupo chamado Dies Bruck. Desenvolve-se como uma reação ao impressionismo: enquanto este se interessava pelas sensações provocadas pela luz, o expressionismo procurava retratar as inquietações do ser humano do inicio do século XX. Movimento expressionista inspirou-se no pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). Sua obra “o grito”, por exemplo, representa um dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência.
  
  O fauvismo: caracterizou-se pela simplificação das formas e pelo emprego das cores puras. As figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas de modo realista: são puras, tal como saem do tubo de tinta; o pintor não as suaviza nem cria a gradação de tons. Os pintores fauvistas, Henri Matisse (1869-1954), foi sem duvida, o mais expressivo. Destacou-se pela despreocupação com o realismo tanto nas formas quanto nas cores.

    O cubismo: trata das formas imutáveis da, como cones, esferas, e cilindros, representa os objetos como se estivessem abertos, com todos os seus lados no plano frontal em relação ao observador. Essa decomposição dos objetos significou o abandono da intenção de representa-los em três dimensões- altura, largura e profundidade.
    Com o tempo o cubismo evoluiu de formas diferentes até chegar a um ponto em que se tornou impossível de reconhecer qualquer figura retratada. Essa tendência está presente, por exemplo, em obras produzidas ente 1908 e 1911 por Pablo Picasso e Georges Braque.

    A pintura abstrata: caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as cores reais. Assim, uma tela abstrata não representa a realidade que no cerca, nem narra com imagens uma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica.
   Em pouco tempo o abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como abstracionismo geométrico, pela organização geométrica das formas e das cores.

   O surrealismo: foi um movimento da literatura e das artes plásticas que começou na França em 1924 sob a liderança do escritor André Breton. Para os surrealistas, a obra de ate s não resulta de pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é, isso sim resultado de pensamentos absurdos e lógicos, como as imagens dos sonhos. Mesmo quando a obra surrealista representa aspectos da realidade eles estão associados a elementos inexistentes da natureza, criando conjuntos irreais.


   O Futurismo: Como o nome sugere os futuristas valorizavam o futuro. E mais, a velocidade, que na época começavam a fazer parte do cotidiano irá ser admirada graças ao emprego das máquinas nas industrias e aos primeiras automóveis que começavam a circular. Na visão dos futuristas, os demais artistas deixavam de lado o aspecto mais evidente dos novos tempos: o movimento veloz das máquinas muito superior do movimento natural. Como os futuristas procuravam a expressão do próprio movimento usavam linhas retas e curvas e cores que sugeriam velocidade.


Artistas Modernistas no Brasil:

    Anita Malfatti: nasceu em são Paulo e ai realizou seus primeiros estudos de pintura, teve grande importância nos fatos que antecederam o Movimento Modernista de 1922. Em 1912 foi para Alemanha, onde frequentou a academia de Belas-Artes de Berlim. EM 1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou a publicação de um artigo com severas criticas por parte do escritor Monteiro Lobato.
Com as criticas desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas uniram-se a ala em busca de uma arte brasileira livre das regras impostas pelo academicismo. A grande importância de Malfatti deve-se que ao ser criticada, chamou a atenção dos artistas inovadores e revelou que sua arte apontava novos caminhos, principalmente no uso da cor.

    Di Cavalcante: chamado Emiliano Augusto Cavalcante de Albuquerque melo, viveu na Europa e conheceu os artistas mais notáveis da época. Na década de 1940 sua arte, já amadurecida, conquistou espaço definitivo na pintura brasileira. O trabalho de Di Cavalcante foi influenciado por diversos pintores, como Picasso, Gauguin, Matisse e Braque, mas ele transformou essa influencia em um produto muito pessoal, associado aos temas nacionais. 

    Vicente do Rego Monteiro: nasceu em Recife e aos 12 anos, foi estudar pintura na Europa. Aos 14, já participava do Salão dos independentes, em Paris. Voltou ao Brasil em 1917 e participou da semana de 1922. Depois de sua inda alternou-se entre a França e o Brasil. Na França recebeu criticas favoráveis e teve obras adquiridas por importantes museus.
     
    Manuel Bandeira: Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, professor, poeta, cronista, crítico e historiador literário, nasceu em Recife, PE, em 19 de abril de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de outubro de 1968. O escritor era filho de um engenheiro civil do Ministério da Viação e por isso acabou se mudando para a cidade do Rio de Janeiro com a família. Foi na capital carioca que Manuel estudou no Colégio Pedro II e se interessou pelas matérias de ênfase Humana. No ano de 1904 ele termina o curso de Humanidades e segue em direção a São Paulo, onde inicia um curso de arquitetura, mas necessita parar devido à tuberculose que o atormentou naquela época. Usa o verso livre com grande maestria numa obra poética que fala de amor, de morte e de episódios singelos do cotidiano, tratados com humor, amargura e ironia. Firma-se como pioneiro do modernismo com Carnaval (1919) e participa da Semana de Arte Moderna de 1922.

    Oswald de Andrade: José Oswald Nogueira de Andrade, nascido em São Paulo e filho de uma rica família, frequentou a Escola Modelo Caetano de Campos, o Ginásio Nossa Senhora do Carmo e o Colégio de São Bento, o qual se formou em humanidades em 1908, ano em que conheceu o poeta Guilherme de Almeida. Sua obra foi a única que englobou todas as características modernistas, pois ele conseguiu com sua arte, transgredir, polemizar, quebrar parâmetros preestabelecidos por outros movimentos literários. Foi autor também de poesias, peças teatrais e crítico literário. Em 1922, ano em que eclodiu a Semana de Arte Moderna, estreou com o romance “Os Condenados”, época também em que se casou com Tarsila do Amaral.