O inicio
do século XX ampliou as conquistas técnicas e o desenvolvimento industrial do
século anterior, mas foi marcado também por vários conflitos políticos: a
primeira guerra mundial, a revolução russa, a formação do fascismo na Itália e
do nazismo na Alemanha.
Na
primeira metade do século ocorreu ainda a segunda guerra mundial. Na sociedade
acentuaram-se as diferenças entre as classes mais ricas e mais pobres. Foi
nesse contesto histórico que se desenvolveu a arte da primeira metade do século
XX. Na pintura desenvolveram-se tendências artísticas, como o expressionismo
fauvismo, o cubismo, o abstracionismo, o surrealismo e o futurismo. Cada qual a
seu modo elas expressaram as aflições e as esperanças da época.
O expressionismo: teve origem ente 1904 e 1905 na Alemanha, com um grupo
chamado Dies Bruck. Desenvolve-se como uma reação ao impressionismo: enquanto
este se interessava pelas sensações provocadas pela luz, o expressionismo
procurava retratar as inquietações do ser humano do inicio do século XX.
Movimento expressionista inspirou-se no pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944).
Sua obra “o grito”, por exemplo, representa um dos temas que sensibilizaram os
artistas ligados a essa tendência.
O
fauvismo: caracterizou-se pela simplificação das formas e pelo emprego das cores
puras. As figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas de modo
realista: são puras, tal como saem do tubo de tinta; o pintor não as suaviza
nem cria a gradação de tons. Os pintores fauvistas, Henri Matisse (1869-1954),
foi sem duvida, o mais expressivo. Destacou-se pela despreocupação com o
realismo tanto nas formas quanto nas cores.
O cubismo: trata das formas imutáveis da, como cones, esferas, e cilindros, representa os
objetos como se estivessem abertos, com todos os seus lados no plano frontal em
relação ao observador. Essa decomposição dos objetos significou o abandono da
intenção de representa-los em três dimensões- altura, largura e profundidade.
Com o
tempo o cubismo evoluiu de formas diferentes até chegar a um ponto em que se
tornou impossível de reconhecer qualquer figura retratada. Essa tendência está
presente, por exemplo, em obras produzidas ente 1908 e 1911 por Pablo Picasso e
Georges Braque.
A pintura
abstrata: caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as formas e as
cores representadas e as formas e as cores reais. Assim, uma tela abstrata não
representa a realidade que no cerca, nem narra com imagens uma cena histórica,
literária, religiosa ou mitológica.
Em pouco
tempo o abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento
bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como
abstracionismo geométrico, pela organização geométrica das formas e das cores.
O surrealismo: foi um movimento da
literatura e das artes plásticas que começou na França em 1924 sob a liderança
do escritor André Breton. Para os surrealistas, a obra de ate s não resulta de
pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é, isso sim resultado de
pensamentos absurdos e lógicos, como as imagens dos sonhos. Mesmo quando a obra
surrealista representa aspectos da realidade eles estão associados a elementos
inexistentes da natureza, criando conjuntos irreais.
O Futurismo: Como o
nome sugere os futuristas valorizavam o futuro. E mais, a velocidade, que na
época começavam a fazer parte do cotidiano irá ser admirada graças ao emprego
das máquinas nas industrias e aos primeiras automóveis que começavam a circular.
Na visão dos futuristas, os demais artistas deixavam de lado o aspecto mais
evidente dos novos tempos: o movimento veloz das máquinas muito superior do
movimento natural. Como os futuristas procuravam a expressão do próprio
movimento usavam linhas retas e curvas e cores que sugeriam velocidade.
Artistas Modernistas no Brasil:
Anita Malfatti: nasceu em são Paulo e ai realizou seus primeiros estudos de pintura, teve
grande importância nos fatos que antecederam o Movimento Modernista de 1922. Em
1912 foi para Alemanha, onde frequentou a academia de Belas-Artes de Berlim. EM
1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua
exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou a publicação de um artigo com
severas criticas por parte do escritor Monteiro Lobato.
Com as criticas
desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas uniram-se a ala em busca de uma
arte brasileira livre das regras impostas pelo academicismo. A grande
importância de Malfatti deve-se que ao ser criticada, chamou a atenção dos
artistas inovadores e revelou que sua arte apontava novos caminhos,
principalmente no uso da cor.
Di
Cavalcante: chamado Emiliano Augusto Cavalcante de Albuquerque melo, viveu na Europa
e conheceu os artistas mais notáveis da época. Na década de 1940 sua arte, já
amadurecida, conquistou espaço definitivo na pintura brasileira. O trabalho de
Di Cavalcante foi influenciado por diversos pintores, como Picasso, Gauguin,
Matisse e Braque, mas ele transformou essa influencia em um produto muito
pessoal, associado aos temas nacionais.
Vicente do
Rego Monteiro: nasceu em Recife e aos 12 anos, foi estudar pintura na Europa.
Aos 14, já participava do Salão dos independentes, em Paris. Voltou ao Brasil
em 1917 e participou da semana de 1922. Depois de sua inda alternou-se entre a
França e o Brasil. Na França recebeu criticas favoráveis e teve obras
adquiridas por importantes museus.
Manuel Bandeira: Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho,
professor, poeta, cronista, crítico e historiador literário, nasceu em Recife,
PE, em 19 de abril de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de outubro
de 1968. O escritor era filho de um engenheiro civil do Ministério da Viação e
por isso acabou se mudando para a cidade do Rio de Janeiro com a família. Foi
na capital carioca que Manuel estudou no Colégio Pedro II e se interessou pelas
matérias de ênfase Humana. No ano de 1904 ele termina o curso de Humanidades e
segue em direção a São Paulo, onde inicia um curso de arquitetura, mas
necessita parar devido à tuberculose que o atormentou naquela época. Usa o
verso livre com grande maestria numa obra poética que fala de amor, de morte e
de episódios singelos do cotidiano, tratados com humor, amargura e ironia.
Firma-se como pioneiro do modernismo com Carnaval (1919) e participa da Semana
de Arte Moderna de 1922.
Oswald de Andrade: José Oswald Nogueira de Andrade,
nascido em São Paulo e filho de uma rica família, frequentou a Escola Modelo
Caetano de Campos, o Ginásio Nossa Senhora do Carmo e o Colégio de São Bento, o
qual se formou em humanidades em 1908, ano em que conheceu o poeta Guilherme de
Almeida. Sua obra foi a única que englobou todas as características
modernistas, pois ele conseguiu com sua arte, transgredir, polemizar, quebrar
parâmetros preestabelecidos por outros movimentos literários. Foi autor também
de poesias, peças teatrais e crítico literário. Em 1922, ano em que eclodiu a
Semana de Arte Moderna, estreou com o romance “Os Condenados”, época também em que
se casou com Tarsila do Amaral.